RUFOS ENCATADORES NA AVENIDA

Toda batucada é ditada por seu andamento, cada batucada tem a sua batida, seu estilo, seu andamento e para falar a mais pura verdade o diferencial está aí, aliás ela é considerada a cereja do bolo das baterias, mas vamos combinar tem tantas batidas existentes e criadas que nos encanta. Lembrando que sempre respeitando o “SAMBA”, principalmente a direção da bateria.

Hoje vamos falar de mais um instrumento da composição de uma bateria de Escola de Samba e para dar aquele “molho”, vou contar com uma fonte de conhecimento muito querida Eduardo Ferreira Rodrigues, (48) anos, Agente de atendimento mais conhecido como Caju ou Mestre Caju!

Vamos aqui falar para aqueles que são conhecedores do carnaval, do ritmo mas também aos que ainda não conhecem então vamos abordar os diferentes tipos de caixa; caixa de guerra 14″ , malacacheta 12″, tarol 12″ são as mais usadas…….mas também existem hoje variações tipo “repicaixa ” que nada mais é que um corpo de repinique com nylon e bordão ou até mesmo caixa com bordões em ambos os lados além das caixas vazadas…Eita não falei que a cada matéria nós descobrimos mais curiosidades dos instrumentos.

Então cair por terra dizer: “Eu toco caixa”, podemos estender em qual tipo de caixa você toca (risos).

A caixa é um instrumento de origem ibérica, ela chegou ao Brasil durante o período colonial, utilizada em bandas. Atualmente, além da utilização em bandas tradicionais e militares, a caixa também é componente indispensável nas Escolas de Samba e no frevo do carnaval de Recife. Lembrando aqui que nosso foco é CARNAVAL/BATERIAS, mas é super importante saber que nada caiu de paraquedas nas batucadas.

Então vamos salientar que a caixa, tarol e caixa de guerra são instrumentos iguais e com a mesma finalidade?

Ambas são tocadas com duas baquetas. Porém o que diferencia são as batidas e levadas que cada uma delas fazem… além de dar identidade, e de acordo com sua batida, também a característica da bateria.

Ela é considerada um dos principais naipes da bateria por sua proporção de maior quantidade com isso é ESSENCIAL para sustentar o ritmo.

Existe uma grande particularidade que muito se discute, aliás na verdade é uma das muitas curiosidades de populares é qual o lugar certo para se tocar caixa? É uma discussão sem fim (risos) muito se fala sobre como a caixa foi parar em cima do braço dos ritmistas. Especula-se que, na época de origem do samba e das agremiações, os malandros do Estácio posicionavam a caixa na altura do ombro como uma forma de esconder o rosto dos policiais. A estratégia não auxiliou somente o acobertar de suas identidades durante os cortejos.

” Tocar embaixo é diferente pois a maioria das escolas usam batidas e levadas diferentes das tiradas em cima, como levadas rufadas ou até mesmo diretas, na Portela e também outras baterias se usam batidas embaixo e inspiradas e toques do candomblé”. Uma variação para quem não conseguia segurar a caixa em cima era colocar próximo à axila com um talabarte curto que além de prático é extremamente bom pela sonoridade – assim como define Mestres Junior Sampaio e Serrinha Raiz.

Em questão do posicionamento da caixa pode ocorrer alterações sim, tocar em cima gera uma sonorização melhor e uma maior precisão de toque, além da mobilidade, mas em nada muda o andamento que depende único e exclusivamente da execução do ritmista.

A caixa é um instrumento bi membranofone, com afinação um pouco mais aguda e som mais nítido, devido a ter um corpo com seção menor, com bordões na pele superior.

Distingue-se o tarol da caixa pelo formato do corpo; onde o tarol tem geralmente uma distância menor das membranas, em torno dos 10 cm, e a caixa tem 15 cm, comum ter 12″ e 14″, mas também existem caixas com 10″. Olha que curioso a caixa pode ser encontrada na composição de uma bateria acústica por exemplo ela, pode ser tanto de madeira quanto de metal, sem contar que ela é uma das partes responsáveis pela criação dos ritmos e, geralmente, é tocada no contratempo das músicas. Sua maior peculiaridade é ter uma esteira na pele de resposta, a parte de baixo do tambor.

Já nas “Escolas de Samba”, a caixa também é considerada um pequeno cilindro/tambor. Tocado com talabarte, ou em cima sem o uso de talabarte, é o instrumento responsável pelo andamento do samba. Tem bordões (cordas finas) atadas sobre a membrana, que alteram o som do instrumento, deixando-o mais seco. É tocada com duas baquetas. O Tarol tem uma estrutura mais fina e é da família das caixas, utilizado em Baterias de Escola de Samba.

Muito se falam também do tritom (três caixas acopladas) que foi usada na Baterilha – Bateria da União da Ilha do Governador no ano de 2011 – Mestre Riquinho na intenção de inovar na chamada do samba. Surreal essas inovações dentro das batucadas.

Para finalizar vamos falar de como pode ser julgada o andamento das caixas, apesar de ser bem relativo o ponto de vista geral, mas vamos citar brevemente; “A caixa é usada como instrumento fundamental na sustentação do ritmo, além de ajudar a dar identidade às baterias; “Ela é julgada no quesito equalização, e também sustentação no conjunto do naipe, mas eventualmente com erro individual assim como qualquer instrumento”, comenta Mestre Caju.

Você sabe aquela junção de quase todos os instrumentos de uma bateria que tocam quando iniciam a “Ala Musical”, antes de subir o samba? Então é chamado de “pedal”, isso mesmo (risos) essa parte é MARAVILHOSA E GENIAL, é a base que a bateria faz para que a Ala Musical possa iniciar o canto da Escola. Geralmente usam um surdo e uma mais existem casos que colocam um instrumento de cada naipe, isso varia de acordo com cada Mestre e sua preferência.

E aí, gostaram de mais uma curiosidade de mais um instrumento de bateria?

Semana que vem tem mais,

Tânia Moreira

Colunista de Bateria

Recordar é Viver

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1 comentário em “RUFOS ENCATADORES NA AVENIDA”

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